sábado, 7 de julho de 2012

Portais Magnéticos Conectam a Terra ao Sol - Postagem de 07/08/2011

Notícia publicada no Portal NASA Science - Science News



30 de outubro de 2008

Durante o tempo que você leva para ler este artigo, algo vai acontecer lá no alto, que até recentemente, muitos cientistas não acreditavam. Um portal magnético se abrirá, ligando a Terra ao Sol, com 150 milhões de quilômetros de comprimento. Toneladas de partículas carregadas de alta energia poderão fluir através desta abertura antes que se feche novamente, no decorrer do tempo que você chegar ao final desta página.

"É chamado de um evento de transferência de fluxo ou "FTE", diz o físico espacial David Sibeck do Centro de Espacial de Vôo Goddard. "Dez anos atrás eu tinha certeza que eles não existiam, mas agora a evidência é incontestável."
 
De fato, hoje Sibeck está dizendo em uma assembléia internacional de físicos espaciais, no Workshop Plasma de 2008, em Huntsville, Alabama, que FTEs  não são apenas comuns, mas possivelmente duas vezes mais comuns que qualquer um poderia ter imaginado.

 
 
Acima: Uma concepção artística do campo magnético da Terra ao conectar o sol a A.K.A. Este é um "evento de transferência de fluxo" - com uma sonda ao alcance para medir as partículas e campos.

Os pesquisadores já sabiam que a Terra e o Sol deviam estar ligados. A magnetosfera da Terra (a bolha magnética que envolve nosso planeta) está cheia de partículas do sol que chegam através do vento solar e penetram as defesas magnéticas do planeta. Elas entram, seguindo as linhas do campo magnético que pode ser traçado a partir de terra firme no caminho de volta para a atmosfera do sol.

"Nós costumávamos pensar que a conexão era permanente e que o vento solar poderia pulverizar no ambiente próximo à Terra sempre que o vento estava ativo", diz Sibeck. "Estávamos errados. As conexões não são constantes. Elas são muitas vezes breves, em rajadas e muito dinâmicas."

Vários oradores durante o seminário esboçaram como FTE se forma: No lado diurno da Terra (o lado mais próximo do sol), a Terra pressiona o campo magnético contra o campo magnético do sol. Aproximadamente a cada oito minutos, os dois campos brevemente fundem-ser ou "reconectam-se", formando um portal através do qual as partículas podem fluir. O portal assume a forma de um cilindro magnético quase tão grande quanto a Terra. A frota de quatro espaçonaves da Agência Espacial Européia e as cinco sondas Themis da NASA voaram circulando esses cilindros, medindo suas dimensões e percebendo que as partículas correm por estes cilindros. "Elas são reais", diz Sibeck.

 
Agora que as sondas Themis tem amostras dos FTEs, os teóricos podem usar essas medidas para simular FTEs em seus computadores e prever como eles poderiam se comportar. O físico espacial Jimmy Raeder, da Universidade de New Hampshire apresentou uma simulação funcional no Workshop. Ele disse a seus colegas que os portais cilíndricos tendem a se formarem em cima do equador terrestre, em seguida, desloca-se sobre o polo de inverno da Terra. Em dezembro, a FTE desloca-se sobre o polo norte e em julho eles estão sobre o polo sul.


Ilustração Acima: O "portal magnético" ou FTE mapeado em seção transversal pela frota de naves espaciais Themis da NASA.

Sibeck acredita que isso está acontecendo duas vezes mais que se pensava anteriormente. "Eu acho que existem duas variedades de FTE: Ativa e passiva" FTEs ativos são cilindros magnéticos que permitem que as partículas fluam através com bastante facilidade, são importantes condutores de energia para a magnetosfera da Terra. FTEs passivas são cilindros magnéticos que oferecem maior resistência, a sua estrutura interna não admite tal fluxo fácil de partículas e campos.

Há muitas perguntas sem resposta: Por que os portais se formam a cada 8 minutos? Como é que os campos magnéticos agem no interior do cilindro?

"Estamos fazendo algumas reflexões pesadas sobre isso na Oficina", diz Sibeck.

Enquanto isso, acima de nossas cabeças, um novo portal está se abrindo, conectando o planeta ao sol.



Fonte/Crédito: Nasa Science
Leia a materia em inglês AQUI
Tradução e adaptação de texto e medidas: Gério Ganimedes
Colaboração: Jorge




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