Ilustração: Gério Ganimedes
Por Gério Ganimedes
Chefe da Agência Espacial
Americana diz que rezar é a melhor solução no caso de um asteroide estar vindo em rota de colisão com a Terra.
Em
razão do incidente meteórico de Chelyabinsk
no mês passado nos Urais na Rússia, autoridades acordaram para um problema que há muito tempo não é preocupação dos governos, no entanto parece que o Congresso Norte
Americano acordou e está fazendo cobranças no que diz respeito à segurança da
população. Em reunião no Capitólio nesta terça-feira (19) membros do congresso
perguntaram para a NASA, Casa Branca e para os oficiais da Força Aérea o que
eles estão fazendo com relação à ameaça real dos asteroides.
Com
uma resposta, no mínimo desanimadora ao Deputado Bill Posey, quando ao
perguntar sobre o que a NASA iria fazer se um grande asteroide dirigindo-se em
rota de colisão com a Terra fosse descoberto hoje, com apenas três semanas
antes do impacto, o chefe da Agência Espacial Charles Bolden disse:
“Se
ele está vindo em três semanas, reze”.
Penso
que, na verdade, a resposta originou-se de uma real, total e inevitável “impotência tecnológica” diante da
situação apresentada e que há décadas já deveria ter sido tratada, mas talvez
não tenha, simplesmente por total descaso dos cientistas, mas principalmente
por falta de investimento financeiro. Creio que o pensamento sempre tenha sido:
“A probabilidade é muito pequena de
acontecer não precisamos nos preocupar”. O assunto foi tratado na reunião como
sempre, com a ajuda de “especialistas” que disseram que os eventos interligados
do dia 15 de fevereiro de 2013, na Rússia e nas fronteiras além de nossa
atmosfera envolvendo asteroides (Asteroide 2012 DA14 e o
Meteorito Chelyabinsk), foram
apenas uma “coincidência” e que a
chance de um impacto catastrófico em breve é muito remota. (Deu para perceber que é remota!)
Diante
de um quadro de aparente impotência da Agência Espacial, os congressistas
salientaram sua preocupação dizendo que a situação “não era nada tranquilizadora”, pois a NASA em sua tarefa de
rastreamento de rochas potencialmente perigosas, havia detectado até agora
apenas cerca de 10% dos objetos com dimensões que colocam o planeta em alto risco.
Neste
cenário de preocupações e cobranças político-administrativas fica claro que o maior
problema da NASA é o orçamento limitado dedicado ao projeto. O chefe da NASA
disse que era impossível cumprir a tarefa solicitada em 2005 pelo Congresso
(quando foi feito o pedido de rastrear as pedras espaciais com mais de 140 quilômetros ) com
o atual orçamento. Bolden criticou os legisladores, dizendo que eles estariam
retardando a NASA através de cortes de orçamento:
“Vocês
nos disseram para fazer algo, e entre a administração e o Congresso, a linha de
fundo que é o financiamento não veio”.
Mais
além da arena científica da Agência Espacial, o general William Shelton, o
atual comandante do Comando Espacial da Força Aérea dos EUA falou ao comitê que
todos os cortes orçamentários adicionais poderiam ter conseqüências terríveis.
Orçamentos limitados na área militar, também colocam em xeque as forças tarefas
do exército norte americano, dificultando a capacidade dos militares para
monitorar objetos próximos da Terra e ameaças espaciais, tais como cadáveres de
satélites, estágios de foguetes e outros detritos ou lixo espacial que a orbitam
o planeta.
Diante
do exposto, se nós avaliarmos a situação tecnológica, a conduta dos
legisladores, a ação reclamatória dos responsáveis pelo monitoramento cósmico e
o quadro de investimento financeiro nesta área de segurança espacial, como o
próprio chefe da NASA disse: “Reze”.
Entretanto, se cair um meteorito
na cúpula do capitólio em Washington, ou no Kremlin na Rússia, como o raio que
atingiu a basílica de São Pedro no Vaticano (como uma espécie de sinal), vocês
vão ver se o presidente e o Congresso Americano não tomam medidas rápidas e
mágicas, para injetar dinheiro em projetos urgentes de prevenção a ataques
cósmicos. Como acontece na segurança pública, enquanto não ocorrer uma
tragédia de grandes proporções, nada é feito e muito pouco dinheiro é investido.
Não sou defensor da NASA, pois penso que existem outros fatores por trás de
tudo isto, mas diante do que está acontecendo, a nível financeiro, concordo com o chefe Bolden.
*
Postagem Programada
Fonte
de pesquisa: Fox News
Texto
e ilustração: Gério Ganimedes
Gério Ganimedes
Direitos
Reservados – Projeto Quartzo Azul©©
Nenhum comentário:
Postar um comentário