Cometa Elenin Desintegrando-se ao Implacável Calor do Sol

C/2010 X1 Elenin, on Aug 29, 2011.

Crédito: Michael Mattiazzo.

Astrônomos de todas as partes do mundo vem monitorando o tão falado Cometa Elenin e o que vem se observando é que o cometa diminuiu de brilho na semana passada e o coma, é agora, um longo filamento em difusão. Alguns astrônomos preveem que o cometa se desintegrará e não irá sobreviver ao periélio, a sua maior aproximação ao sol. Em 19 de agosto de 2011, uma enorme tempestade solar e uma ejeção de massa coronal imensa acertou o cometa, o que pode ter sido o começo do fim, para a massa de gelo suja do cometa. Na verdade o termo correto, desta iminente destruição, chama-se sublimação, transformação da massa gelada, em uma nuvem de gases.

Cometa Elenin (C/2010 X1) observado na noite de 27 de agosto de 2011, de Chatelaine no sudeste da Austrália, por Michael Mattiazzo. O fotograma é uma  combinação de 15 tomadas de 10 segundos de exposições, através de um telescópio de 11 polegadas. A imagem que está no canto inferior direito, de magnitude 13 é a galáxia NGC 4348. Crédito: Michael Mattiazzo. (Fonte/Crédito: skyandtelescope.com). Todos os créditos e direitos reservados.

É histórico o fascinio do homem por este tipo de astro errante do céu, até mesmo porque seu comportamento apresenta características de um corpo celeste vivo, mudando muitas vezes de reações, formas e até mesmo de trajetória. Por serem astros que já marcaram eventos históricos, ou mesmo catastróficos, muitas vezes, nada relacionados com suas aparições no firmamento, quando astrônomos descobrem um cometa que se aproxima ou vai de encontro ao Sol, criam-se em torno dele um grandes especulações proféticas e presságios de que algo de muito ruim acontecerá com os seres terrestres. Em dezembro de 2010 nasceu no meio científico e amador um novo sinal no céu, quando o cometa Elenin (C/2010 X1) fez sua estréia no cenário especulativo astronômico. A partir daí todo o tipo de teorias proféticas relacionadas a seus alinhamentos e calendarios de "eventos reflexos", aqui na Terra, foram desenhados pelas mais diversas áreas. Místicos, profetas modernos, astrólogos e até mesmo muitos astrônomos amadores ou profissionais, começaram uma espécie de campanha exagerada, que sempre acompanham as históricas aparições destes verdadeiro mensageiros cósmicos do apocalípse. Muitos esperavam que se tornaria facilmente visível a olho nu, a grande visão do mensageiro dos confins do universo, pois de acordo com observações anteriores, a bola de gelo cósmica apresentava uma provável caravana de corpos que o acompanhavam (espaçonaves e afins).

Entretando, para nossa tristeza e decepção, em abril deste ano, o entusiasmo inicial, já havia diminuído um pouco (lembro que comentei com muitos integrantes do Projeto Quartzo Azul, sobre a decepcionante passagem do cometa Halley em 1986 e que acreditava que seria o mesmo com o Elenin), porque se tornou claro que o cometa Elenin era pequeno e estruturalmente fraco em sua estrutura. No entanto o “marco” ou ponto chave, para seu auge de observação e delírio de curiosos e especuladores de trajédias vindas do espaço exterior, seria sua aproximação e interação com o Sol em 10 de setembro de 2011, quando atingiria (0,48 unidade astronômicas 72 milhões de Km) e com à Terra em meados de outubro (0,23 UA). De fato, as observações amadoras até julho e início de agosto sugeriram que este intruso poderia até ser visto e observado antes do previsto, contudo, agora todas as apostas parecem que foram por água abaixo, ou melhor “gás pelo espaço”. Na última semana entre 19 e 20 de agosto, o cometa diminuiu seu brilho em torno de 50%, fazendo sua magnitude cair pela metade, segundo a astrônomo e observador australiano Michael Mattiazzo.

A atual localização do cometa, à oeste da costelação de Virgem torna praticamente impossível de ser observável, ​​nas altas latitudes do norte, e pior ainda, as imagens mostram que o núcleo brilhante do “agourento” cometa Elenin está se tornando longo e difuso, o que nos leva a concluir, cientificamente, ou seja, por observações de passado astronômico, que seu núcleo de gelo sólido, foi rachado, trincado bem no meio e que em breve se desintegrará completamente.

Observação: Tentamos ontem, 31 de agosto de 2011, entre 08h20m até 12h30m, todas as formas de observar e fotografar o cometa Elenin, com telescópio potente, conectado e programado por computador, fornecido por um integrante do Projeto Quartzo Azul, mas não obtivemos sucesso, pelo alto indice de poluição residual atmosférica.

Fiquem bem

Gério Ganimedes

Fontes:  

Space.com
SpaceObs.org
Skyandtelescope.com
Universetoday.com

Texto, Tradução de segmentos e adaptação de matéria: Gério Ganimedes