domingo, 11 de setembro de 2011

Cometas - Um pouco de História e Estrutura destes Mensageiros de Catástrofes

O Diagrama de Peter Apian de seu livroAstronomicum Caesareum (1540)” 
demonstrando a cauda de um cometa e seus pontos de distância do sol. 
O cometa que ele descreveu foi o de 1531, o que hoje conhecemos 
como o Cometa Halley. Crédito: Real Sociedade Astronômica.


Por Gério Ganimedes


Um pouco de história astronômica dos cometas


A grande febre dos cometas atingiu um novo degráu, nos séculos XV e XVI, quando um total de 21 cometas foram observados no firmamento. Sempre alerta, profetas da desgraça começaram a produzir teorias, que eram divulgadas em panfletos e folhetins assustadores e chocantes, prevendo todos os tipos de males, desgraças e cataclismas, associados a estes corpos celestes. Desde esta época, cometas viraram mensageiros das catástrofes. Foi o momento em que a ciência “Cometária” começou a tomar medidas provisórias para o futuro. Um dos fatores contribuintes foi o Cometa Halley, embora ninguém o conhece-se por esse nome na época. Um astrônomo alemão, Peter Apian, observou o cometa Halley em 1531 e relatou sua cauda, sempre esticada para longe do sol. Observações de Apian, impressas em um livro com belas gravurações a mão livre, causaram uma grande impressão no meio astronômico. As caudas dos cometas, de fato, fogem  do sol, não importa em qual direção o cometa está viajando, mas a explicação completa teve que aguardar pela física mais evoluida do século XX.

Surgiram novos descobridores, dos “Sinistros dedos de luz fantasmagórica dos céus”. Em 1577 Tycho Brahe, o maior observador da era pré-telescópica, fez uma descoberta de seu observatório, na ilha dinamarquesa de Ven. Tycho demonstrou que o cometa brilhante de 1577, estava muito além da Lua e do reino dos planetas “terrestres”, em contradição com os ensinamentos de Aristóteles.

Mas afinal, quais são os caminhos que seguem os cometas pelo espaço?

Teria ajudado muito, se os astrônomos da época soubessem, como os planetas se moviam e se movem até hoje. Naquela época, ainda havia confusão sobre se o Sol e os planetas ao redor da Terra eram, como no velho sistema de Aristóteles e Ptolomeu, ou a Terra e os planetas ao redor do Sol, na nova teoria vinda de Copérnico. Em 1609 o matemático alemão Johannes Kepler resolveu a questão por meio do cálculos, a partir das observações de Tycho Brahe, que os planetas orbitavam o Sol ao longo de caminhos elípticos. Kepler também voltou sua atenção para os cometas após o aparecimento de um em 1607, que na verdade, era o Cometa Halley, retornando de sua jornada incansável. Curiosamente, Kepler considerou que os cometas se movimentavam através do Sistema Solar em linhas retas, embora na época as observações pelos equipamentos à sua disposição eram insuficientes para calcular uma órbita precisa. Apesar desse lapso, ele tinha algumas idéias inteligentes e lógicas sobre a formação das caudas dos cometas: "O raios diretos do Sol, atingindo o cometa, penetram sua matéria ou substância, afastando com eles, uma parte desta matéria, que é emitida a partir de seu centro para formar a faixa de luz que chamamos de cauda. . . Desta forma o cometa é consumido pela sua própria respiração, que se transforma em cauda”. Kepler supôs corretamente quando disse que, “cometas são tão numerosos como peixes no oceano, mas vemos apenas uma pequena parte deles”.

Em 1664 e 1665 dois cometas brilhantes apareceram no céu e entre eles ocorreu um eclipse da lua. Tal presságio triplo era único. Quase se consegue ouvir as interpretações, e os suspiros coletivos da pessoas, em antecipação aos desastres sem qualquer paralelo, que certamente devem seguir a estas apariçoes antigas e históricas. Para que ninguém tenha dúvidas sobre o significado desses presságios, John Gadbury, um astrólogo Inglês, que cuidadosamente interpretou em seu livro de 1665, “De Cometis”. "Estas Estrelas em chamas que ameaçam o mundo com a fome, a peste, e as guerras", ele proclamou. “Para os Príncipes, a morte, aos reinos muitas crises, a todos os estados perdas inevitáveis”. Ele mal poderia ter acreditado na sua própria sorte, quando Londres foi atingida pela Peste Negra em 1665, seguida pelo Grande Incêndio no ano seguinte. Inconscientemente, ele tinha demonstrado um fato que hoje em dia os astrólogos conhecem bem, e faço aqui não ser esquecido: “As leis do acaso garantem que você não pode estar errado o tempo todo”.

Então por favor, não vamos nos deixar levar por um passado de presságios históricos de uma época regressa, ou estaremos retardando nossa já atrasada evolução. Pois como diz o escritor e historiador, Eduardo Bueno, “Povo que não conhece a sua história está condenado a repetí-la”.

Teorias

Um certo número de astrônomos, começaram a suspeitar de que os cometas orbitava o Sol em caminhos, como versões exageradas das órbitas dos planetas, mas ninguém podia na época provar esta trajetória. O momento era propício para o surgimento de um homem, alguém que determinasse o caminho dos cometas. Na verdade, a história astronômica, nos presenteou, não com um, mas com dois homens: Isaac Newton e Edmond Halley.

Partes do Cometa

  Cometa Hale-Bopp

Há três partes principais de num cometa: o núcleo, o coma e a cauda. Alguns especialistas argumentam, que a anticauda também deve ser incluída. Neste post, irei descrever os quatro curtos detalhes. Estou certo de que vou deixar de fora alguns pontos que o astrônomo amador iria achar bastante interessante. É por isso que eu recomendo a todos a fazer mais algumas pesquisas sobre os tópicos que eu publicarei aqui no Projeto Quartzo Azul.

Núcleos de cometas são conhecidos na faixa de cerca de 100 metros, além de 40 quilômetros de diâmetro. Eles são compostos de pó de rocha, gelo e gases congelados, tais como monóxido de carbono, dióxido de carbono, metano e amônia. Eles são muitas vezes, popularmente descritos, como "bolas de neve suja", apesar de recentes observações revelaram secas suas superfícies empoeiradas ou rochosas, sugerindo que os gelos estão escondidos debaixo de uma crosta. Núcleos de cometas também contêm uma variedade de compostos orgânicos, além dos gases já mencionados, estes podem incluir metanol, hidrogênio, cianeto de hidrogênio, formaldeído, etanol e etano.

Talvez eles possam conter moléculas mais complexas, tais como hidrocarbonetos de cadeia longa e aminoácidos. Por causa de sua baixa massa, os cometas não podem tornarem-se redondos sob sua própria gravidade e terão formas irregulares. Surpreendentemente, os núcleos dos cometas estão entre os objetos mais escuros que sabemos, existir no sistema solar. A sonda espacial Giotto descobriu que o núcleo do cometa Halley reflete aproximadamente 4% da luz que inside sobre ele. Em comparação, o asfalto reflete 7% da luz que cai sobre ele. Pensa-se que os compostos orgânicos complexos são o material da superfície escura. A escuridão muito comum da superfícies dos cometas permite-lhes absorver o calor necessário para conduzir a sua saída de gás, gerando a cauda que tanto encanta os astrônomos.

A parte mais visível de um cometa é o coma. Quando um cometa se aproxima da parte interna do sistema solar, a radiação faz com que o material volátil dentro do cometa se vaporize ou sublime num fluxo para fora do núcleo, levando poeira com eles. Os fluxos de gás e poeira formam uma atmosfera extremamente tênue e enorme em torno do cometa chamado de coma e a força exercida sobre o coma por pressão de radiação do Sol e do vento solar causa a formação de uma cauda enorme, que aponta sempre afastada do sol.

Tanto o coma, como a cauda são iluminadas pelo Sol e podem tornar-se visíveis da Terra quando um cometa passa pelo interior do sistema solar, neste ponto, a poeira reflete a luz solar direta e os gases tornam-se brilhantes de ionização. Os fluxos de poeira e gás, dão forma distinta a cauda, apontando em direções ligeiramente diferentes. A cauda de poeira é deixada para trás na órbita do cometa, de tal maneira que muitas vezes forma uma cauda curvada, chamada de anti-cauda. Ao mesmo tempo, a cauda de íons, criada nos gases, sempre aponta, diretamente oposta, para longe do Sol, pois este gás é mais fortemente afetado pelo vento solar do que a poeira, seguindo as linhas do campo magnético, ao invés de uma trajetória orbital. Enquanto o núcleo sólido dos cometas é geralmente inferior a 50 km de diâmetro, o coma pode ser maior do que o Sol  e as caudas de íons, têm sido observadas, estendendo-se  uma ou mais Unidades Astronômicas.

Fiquem bem



Gério Ganimedes
Direitos Reservados - Projeto Quartzo Azul©©


2 comentários:

  1. Muito interessante, ótimo post.

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  2. concordo com nosso amigo acima.

    deem uma olhada nisso aqui tb, é muito importante.

    http://www.youtube.com/watch?v=4hKnUKUGYkg&feature=player_detailpage

    paz a todos

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